O zoroastrismo, também conhecido como
mazdeísmo, é uma das religiões mais antigas do mundo, com raízes que remontam a
cerca de 3.500 anos. Fundada pelo profeta Zaratustra (ou Zoroastro) na antiga
Pérsia, essa fé não só moldou a cultura e a espiritualidade do antigo Império
Persa, mas também exerceu uma influência significativa sobre outras religiões e
sistemas de pensamento ao longo dos séculos.
Zaratustra, que viveu entre 1500 e 1000 a.C.,
introduziu o zoroastrismo em um período de transição cultural e espiritual na
região. Ele proclamou a existência de um único Deus, Ahura Mazda (Senhor
Sábio), contrastando com o politeísmo predominante da época. Segundo as
escrituras sagradas zoroastrianas, o Avesta, Ahura Mazda é o criador do
universo e da fonte de toda a bondade.
O zoroastrismo enfatiza a dualidade entre o bem
e o mal, representados pelas forças de Ahura Mazda e Angra Mainyu (Espírito
Destrutivo). Os seguidores da religião são encorajados a viver de acordo com os
princípios de "Humata, Hukhta, Huvarshta" – Bons Pensamentos, Boas
Palavras e Boas Ações – para promover a verdade (asha) e combater a mentira
(druj).
Os rituais zoroastrianos são centrados no fogo,
que simboliza a luz de Ahura Mazda e a verdade. Os templos do fogo, onde uma
chama sagrada é mantida continuamente, são os locais de culto mais importantes.
Os seguidores recitam orações e hinos do Avesta e praticam rituais de
purificação, incluindo o uso do padyab (lavagem ritual).
Uma prática distintiva do zoroastrismo é o
ritual funerário. Os corpos dos mortos não são enterrados ou cremados, mas
colocados em Torres do Silêncio (Dakhmas) para serem expostos aos elementos e
aos abutres, evitando assim a poluição da terra e do fogo, que são considerados
sagrados.
Durante o auge do Império Aquemênida (c.
550-330 a.C.), o zoroastrismo foi a religião oficial, influenciando
profundamente a administração e a cultura persa. Algumas práticas e conceitos
zoroastrianos, como a luta entre o bem e o mal, o juízo final e a ressurreição
dos mortos, influenciaram outras grandes religiões, incluindo o judaísmo, o
cristianismo e o islamismo.
O impacto do zoroastrismo é visível em muitos
aspectos da cultura e do pensamento ocidental. Elementos da filosofia
zoroastriana podem ser encontrados em obras literárias e filosóficas através
dos tempos, desde a Antiguidade até a era moderna.
Embora o número de seguidores tenha diminuído
ao longo dos séculos, devido a invasões e a propagação do islamismo, o
zoroastrismo ainda é praticado por uma pequena comunidade global. A maioria dos
zoroastrianos contemporâneos, conhecidos como parsis, reside na Índia, onde se
estabeleceram após fugir da perseguição na Pérsia medieval. Outras comunidades
zoroastrianas significativas podem ser encontradas no Irã, América do Norte e
em outras partes do mundo.
Em tempos recentes, houve um interesse renovado
no zoroastrismo, tanto como um estudo acadêmico quanto como uma fé viva. A
religião continua a ser uma fonte de identidade cultural e espiritual para seus
seguidores e um campo de grande interesse para estudiosos das religiões
comparadas.
O zoroastrismo, com sua rica história e
profundo legado espiritual, permanece um testemunho da capacidade humana de
buscar o divino e de lutar pelo bem em meio às adversidades. Seu impacto
duradouro no pensamento religioso e filosófico global continua a ser
reconhecido e respeitado.
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