sexta-feira, 21 de junho de 2024

Zoroastrismo: a religião antiga que influenciou o mundo

 

 


O zoroastrismo, também conhecido como mazdeísmo, é uma das religiões mais antigas do mundo, com raízes que remontam a cerca de 3.500 anos. Fundada pelo profeta Zaratustra (ou Zoroastro) na antiga Pérsia, essa fé não só moldou a cultura e a espiritualidade do antigo Império Persa, mas também exerceu uma influência significativa sobre outras religiões e sistemas de pensamento ao longo dos séculos.

Zaratustra, que viveu entre 1500 e 1000 a.C., introduziu o zoroastrismo em um período de transição cultural e espiritual na região. Ele proclamou a existência de um único Deus, Ahura Mazda (Senhor Sábio), contrastando com o politeísmo predominante da época. Segundo as escrituras sagradas zoroastrianas, o Avesta, Ahura Mazda é o criador do universo e da fonte de toda a bondade.

O zoroastrismo enfatiza a dualidade entre o bem e o mal, representados pelas forças de Ahura Mazda e Angra Mainyu (Espírito Destrutivo). Os seguidores da religião são encorajados a viver de acordo com os princípios de "Humata, Hukhta, Huvarshta" – Bons Pensamentos, Boas Palavras e Boas Ações – para promover a verdade (asha) e combater a mentira (druj).

Os rituais zoroastrianos são centrados no fogo, que simboliza a luz de Ahura Mazda e a verdade. Os templos do fogo, onde uma chama sagrada é mantida continuamente, são os locais de culto mais importantes. Os seguidores recitam orações e hinos do Avesta e praticam rituais de purificação, incluindo o uso do padyab (lavagem ritual).

Uma prática distintiva do zoroastrismo é o ritual funerário. Os corpos dos mortos não são enterrados ou cremados, mas colocados em Torres do Silêncio (Dakhmas) para serem expostos aos elementos e aos abutres, evitando assim a poluição da terra e do fogo, que são considerados sagrados.

Durante o auge do Império Aquemênida (c. 550-330 a.C.), o zoroastrismo foi a religião oficial, influenciando profundamente a administração e a cultura persa. Algumas práticas e conceitos zoroastrianos, como a luta entre o bem e o mal, o juízo final e a ressurreição dos mortos, influenciaram outras grandes religiões, incluindo o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.

O impacto do zoroastrismo é visível em muitos aspectos da cultura e do pensamento ocidental. Elementos da filosofia zoroastriana podem ser encontrados em obras literárias e filosóficas através dos tempos, desde a Antiguidade até a era moderna.

Embora o número de seguidores tenha diminuído ao longo dos séculos, devido a invasões e a propagação do islamismo, o zoroastrismo ainda é praticado por uma pequena comunidade global. A maioria dos zoroastrianos contemporâneos, conhecidos como parsis, reside na Índia, onde se estabeleceram após fugir da perseguição na Pérsia medieval. Outras comunidades zoroastrianas significativas podem ser encontradas no Irã, América do Norte e em outras partes do mundo.

Em tempos recentes, houve um interesse renovado no zoroastrismo, tanto como um estudo acadêmico quanto como uma fé viva. A religião continua a ser uma fonte de identidade cultural e espiritual para seus seguidores e um campo de grande interesse para estudiosos das religiões comparadas.

O zoroastrismo, com sua rica história e profundo legado espiritual, permanece um testemunho da capacidade humana de buscar o divino e de lutar pelo bem em meio às adversidades. Seu impacto duradouro no pensamento religioso e filosófico global continua a ser reconhecido e respeitado.

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