O ranking tem foco nos 100 municípios mais
populosos do Brasil
O Instituto Trata Brasil divulgou o ranking de
saneamento básico das cem cidades brasileiras mais populosas. O levantamento
mostra que 15 das 20 mais bem avaliadas no acesso a água, coleta e tratamento
de esgoto, com base nos padrões do Novo Marco Legal do Saneamento Básico, estão
em São Paulo e no Paraná.
O que aconteceu
Maringá (PR), São José do Rio Preto (SP) e Campinas (SP) são as cidades com
melhor índice de saneamento básico. Veja o ranking abaixo:
1º – Maringá (PR)
2º – São José do Rio Preto (SP)
3º – Campinas (SP)
4º – Limeira (SP)
5º – Uberlândia (MG)
6º – Niterói (RJ)
7º – São Paulo
8º – Santos (SP)
9º – Cascavel (PR)
10º – Ponta Grossa (PR)
Metodologia. O ranking do Trata Brasil
considera indicadores como acesso e eficiência do serviço, desperdício de água
pelo sistema e investimentos no setor, usando como referência dados de 2022.
Os 20 melhores municípios têm, em média, 98,8%
da população com acesso a água potável. A média de coleta de esgoto é de 96%, e
a de tratamento de esgoto, de 78,4%, segundo a pesquisa.
Nenhuma cidade das regiões Norte e Nordeste
aparece no ranking das 20 melhores. Entre as mais bem avaliadas, Maringá saltou
da 14ª posição para a liderança, em relação à última edição da pesquisa,
divulgada em 2023.
Nas cidades com pior avaliação dentre as cem,
na média, 82% da população tem acesso a água tratada. Nesse grupo, o índice de
coleta de esgoto é de 28%, e de tratamento, só de 20%.
Cinco capitais da região Norte estão entre as
20 piores. Porto Velho ocupa a última colocação, seguida por Macapá. As outras
três na lista são Rio Branco, Belém e Manaus.
Os piores municípios, dentre os cem mais
populosos, são:
100º – Macapá
99º – Santarém (PA)
98º – Rio Branco
97º – Belford Roxo (RJ)
96º – Duque de Caxias (RJ)
95º – São Gonçalo (RJ)
94º – Belém
93º – Várzea Grande (MT)
92º – Juazeiro do Norte (CE)
91º – Ananindeua (PA)
Mais de 32 mi de brasileiros sem água potável
Níveis de coleta e tratamento de esgoto evoluíram pouco no último ano, na média
geral. De acordo com os dados, 56% da população tem acesso a coleta de esgoto,
um aumento de 0,2 ponto percentual. O tratamento de esgoto cresceu 1 ponto
percentual, de 51,2% para 52,2%.
A falta de acesso a água potável atinge 32
milhões de brasileiros. Mais de 90 milhões não têm acesso a coleta de esgoto.
Os dados indicam que 22 municípios têm 100% da
sua água tratada. Outros 18 têm mais de 99%, cumprindo, portanto, o Novo Marco
Legal do Saneamento Básico.
Cidades grandes têm indicadores melhores que a
média nacional. A média de atendimento de água no grupo das cem maiores cidades
é de 94,92%, acima dos 84,92% da média nacional.
Desperdício de água tratada
Perda de mais de um terço da água tratada. O nível médio de perda de água no
sistema de distribuição varia pouco entre as maiores cidades (35,4%) e o país
(37,8%), como um todo.
Mas há diferenças entre o topo e o final do
ranking. O desperdício foi de 28,4%, em média, entre as 20 melhores cidades, e
de 48,5% entre as 20 piores.
Extremos revelam desigualdade ainda maior. A
cidade que mais investiu gastou R$ 693,01 por habitante, enquanto a que menos
investiu gastou só R$ 25,91.
O Plano Nacional de Saneamento Básico considera
ideal o investimento anual de R$ 231,09 por habitante. Só dez municípios da
lista investem acima disso.
Quem investiu mais :
Praia Grande (SP): R$ 693,01
Santo André (SP): R$ 628,07
Cuiabá: R$ 472,42
Quem investiu menos:
Várzea Grande (MT): R$ 25,91
São Gonçalo (RJ): R$ 29,44
Rio Branco: R$ 30,02.
O que diz o Trata Brasil
Universalização a passos lentos. De acordo com a presidente-executiva do Trata
Brasil, Luana Pretto, a universalização do saneamento básico caminha muito
devagar no Brasil. Ela diz que as eleições municipais deste ano são uma
oportunidade para discutir o problema.
Temos menos de dez anos para cumprir o
compromisso de universalização do saneamento que o país assumiu com os seus
cidadãos. Ainda assim, cinco capitais da região Norte e três da região Nordeste
não tratam sequer 35% do esgoto gerado. Neste ano, de eleições municipais, é
preciso trazer o saneamento para o centro das discussões
Luana Pretto, presidente-executiva do Instituto Trata Brasil
O Brasil tinha como meta fornecer água para 99%
da população e coleta e tratamento para 90%, até 2023.
O Trata Brasil monitora o saneamento básico dos
municípios mais populosos do país desde 2009. Os dados foram levantados em
parceria com a consultoria GO Associados, com informações do SNIS (Sistema
Nacional de Informações sobre Saneamento).
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