A ideia miliciana e corrupta de privatizar praias não pode ser encarada com surpresa pela sociedade brasileira. O bolsonarismo quando se une ao centrão o que podemos aguardar é retirada de direitos do povo brasileiro, venda do patrimônio a preço de banana e coisas do gênero.
A PEC das Praias chamada de PEC 03/2022 que tramita no Senado Federal e está
chamando a atenção da sociedade e ambientalistas pela forma como quer
privatizar as praias pode permitir a transferência da propriedade de
terrenos do litoral brasileiro, atualmente sob o domínio da União, para
Estados, municípios e proprietários privados.
Na realidade essa PEC não
quer apenas privatizar praias. E assim retirar um espaço de lazer que é
gratuito. Você entra na praia sem um tostão no bolso e pode ficar lá,
contemplando, nadando, pegando um sol ou ver o pôr do sol ao fim da tarde.
Essa PEC quer transferir
patrimônio do Estado para a iniciativa privada, ou seja, para enriquecer alguém
ou setores do empresariado nacional e estrangeiro.
Segundo matéria publicada
no site da BBC Brasil a iniciativa dessa PEC que tem como relator Flavio Bolsonaro
é que favorece a ocupação desordenada, ameaçando os ecossistemas, tornando
esses terrenos mais vulneráveis a eventos climáticos extremos, como define
Carolina Gabas Stuchi, do Ministério da Gestão e da Inovação dos Serviços
Públicos.
Mais ainda, a presidente da Comissão de Meio
Ambiente (CMA), senadora Leila Barros (PDT-DF), reconheceu que há problemas na
gestão dos terrenos de marinha, mas disse que, na prática, a proposta
flexibiliza a legislação ambiental. "A extinção dos terrenos de marinha e
a transferência de propriedade podem afetar a função dessas áreas na mitigação
das mudanças climáticas", afirmou durante a sessão.
Uma nota
técnica do Grupo de Trabalho para Uso e Conservação Marinha (GT-Mar), que atua
na Frente Parlamentar Ambientalista do Congresso Nacional, apontou que a
fiscalização também pode ser fragilizada com a PEC, o que ameaçaria ainda mais
a biodiversidade costeira. "Sem a prerrogativa de gestão desse patrimônio,
o governo federal terá muito mais dificuldades de implantar políticas
socioambientais de enfrentamento às mudanças climáticas", diz a nota.
Já
na visão de Ana Ilda Pavão, representante do Movimento dos Pescadores e
Pescadoras Artesanais, a PEC também prejudicará as comunidades tradicionais,
que habitam essas áreas há décadas, e os pescadores, que já sofrem com o
assoreamento e com o desmatamento.
De
uma coisa podemos ter certeza: a PEC das praias não é boa para a sociedade
brasileira. No momento em que a crise climática nos leva a tragédias como a
vista no Rio Grande do Sul, o bolsonarismo não podia mostrar de forma diferente
sua face que é a de entrega do patrimônio público em cima dos interesses
coletivos.
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