EDITORIAL
Jornal Leia Sempre Brasil
Cadê o dinheiro das privatizações?
As privatizações voltaram com força no Brasil
após a vitória de uma série de políticos ligados à grandes grupos econômicos.
Não falamos de políticos conversadores comuns e liberais. Falamos da extrema-direita
que cresce no Brasil com alguns objetivos direitos.
O primeiro objetivo deles é aprovar uma pauta
de costumes para poder ter discurso diante da sociedade.
O segundo ponto é uma bancada de políticos neoliberais
espalhados pelos estados brasileiros que lutam para diminuir o poder e
influência do Estado em todas as esferas. Contam com forte apoio da mídia
corporativa preocupada em defender estado mínimo e criticar avanços nas áreas
sociais do atual governo chamando esses avanços de gastos.
Daí porque as privatizações são um elemento
fundamental da estratégia desses setores. A ordem é privatizar, colocar estados
como Rio Grande do Sul, Paraná e outros na fileira do chamado estado mínimo e
no “sucesso” da política neoliberal.
No Paraná o governador Ratinho Jr. privatiza
escolas. E antes privatizou já outras estatais em negócios milionários com
transferência de patrimônio e renda para grandes grupos econômicos. O
ex-senador Roberto Requião em seu X (antigo Twitter) denunciou o governo do
Paraná: “Vocês já perceberam que o
nosso Paraná está sendo destruído? Venda da COPEL, venda da Sanepar, pedágio
absurdo e agora a privatização da escola pública?”.
O mesmo acontece em São Paulo com Tarcísio de
Freitas que já privatizou parte das linhas do metrô e a SABESP – a companhia de
água.
Lá no Rio Grande do Sul não é diferente. Em uma
matéria publicada no site do governo gaúcho em fevereiro deste ano o governador
Eduardo Leite (PSDB) se gabava das ações de sua gestão em ser líder em
privatizações no Brasil.
No site do governo diz: “O governador enumerou ainda outros
projetos de concessões e PPPs que estão em andamento, somando mais de R$ 11
bilhões em investimentos. Entre eles destacam-se as concessões dos Blocos 1 e 2
de rodovias estaduais, do Cais Mauá, em Porto Alegre, dos aeroportos regionais
Lauro Kortz, em Passo Fundo, e Sepé Tiaraju, em Santo Ângelo, além do programa
de PPPs para realização de reformas estruturais em 100 escolas de regiões em
situação de vulnerabilidade social.”
Até escolas no alvo
do neoliberal Leite que diz agora não ter dinheiro para resolver os problemas
da população e das propriedades dizimadas pelas enchentes no RS depois de privatizarem
até as empresas estatais responsáveis por impedir alagamentos.
A pergunta que
não podemos como sociedade deixar de fazer é a seguinte: para onde está indo
esses bilhões das privatizações? Quais investimentos públicos foram ou serão
feitos por esses governantes privatistas? O dinheiro vai para a saúde,
educação, infraestrutura, construção de casas populares? Esse dinheiro está em
quais contas? Cadê a transparência desses negócios?
Imagem:
Reprodução/Sindsep-PE
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