quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

III Coletânea do Nordestinados a Ler

 


COLUNA NORDESTINADOS A LER

Por Luciana Bessa


III Coletânea do Nordestinados a Ler

O Nordestinados a Ler: Blog Literário  inicia o ano de 2024 compartilhando sua III Coletânea de textos do Nordestinados a Ler (https://ebooks.ufca.edu.br/catalogo/coletanea-nordestinados-a-ler-3/) que pode ser baixada gratuitamente por todos(as) que se interessem por Literatura/Cultura.

São mais de 150 textos de diferentes gêneros literários (crônicas, contos, resenhas, poesias, artigo de opinião), de leitores-escritores e de jovens aspirantes à escrita, como são os estudantes do Colégio Municipal Pedro Felício Cavalcanti, Crato.

Entendemos que a leitura e a escrita são artigos de primeira necessidade que faltam em sala de aula, porque muitos professores(as) preocupados em cumprir a matriz curricular recebida da Secretária de Educação esquecem-se do básico: incentivar a leitura e a escrita (ler o texto do livro e responder questões está longe de despertar nossos jovens a adentrar no universo literário).

Nascido há três anos, o Nordestinados a Ler: Blog Literário é uma ferramenta para compartilhar a literatura produzida na região Nordeste, especialmente aquela produzida por mulheres.

É sabido que o sexo feminino ficou privado, durantes décadas, de frequentar os bancos acadêmicos o que fomentou a escrita masculina, especialmente de homens brancos e de famílias privilegiadas.

As mulheres, ao invés de criadoras de suas narrativas, tornaram-se objetos delas. Durante décadas, viram-se pintadas de bruxas, frágeis, loucas, indolentes, que precisavam de um cavalheiro para serem salvas, por meio do casamento, em uma sociedade cruel e caótica.

Mesmo quando as mulheres tiveram acesso à caneta e ao papel, ficaram invisibilizadas pela crítica especializada que não reconheciam/legitimavam seus escritos.

Um exemplo claro é a obra Úrsula (1859), da maranhense Maria Firmina dos Reis, que não é citada em praticamente nenhum Manual de Literatura como uma escritora da Era Romântica, tão pouco como sendo a primeira mulher negra a publicar uma obra em solo brasileiro.

Alfredo Bosi em sua História Concisa da Literatura Brasileira (1994), um dos livros mais utilizados nos primeiros semestres no Curso de Letras, é uma obra com mais de quinhentas páginas, mas que o crítico cita quatro mulheres:  Gilka Machado, Auta de Souza, Francisca Júlia e Narcisa Amália. Apenas esta última recebeu uma (pequena) biografia.

Essa realidade serve de exemplo para que lutemos pelo acesso à educação (formal), acessibilidade ao livro e à biblioteca pública, especialmente à literatura, já que compartilhamos a ideia de Antonio Cândido de que a arte literária é direito de todos.

Por isso, convidamos estudantes, universitários, escritores, professores(as), gestores escolares, e quem se interessar para enviar seus textos para que possamos publicá-los (nordestinadosaler@gmail.com).



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