O escândalo da chamada Abin Paralela deve e pode ser considerado o maior de toda a nossa história republicana. Montado em um esquema ilegal a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) mantida com dinheiro público simplesmente montou na era Alexandre Ramagem um esquema para investigar desafetos do governo Bolsonaro.
Esse escândalo não é de conhecimento público de hoje. Em março de 2020
durante entrevista no programa Roda Viva o ex-ministro da Secretaria Geral da
Presidência da República, Gustavo Bebiano contou aos jornalistas da TV Cultura
que Carlos Bolsonaro estaria montando uma Abin Paralela e que ele próprio teria
dito ao presidente que era errado e poderia gerar um impeachment. O fim da
história é conhecido, pois Bebiano foi fritado por Bolsonaro e abandonado no
meio da estrada.
No momento em que falava da tal Abin paralela ele citou um outro
personagem que anda sumido das redes sociais: o general Augusto Heleno que já
vem sendo apontado como um dos envolvidos nos acontecimentos da tentativa de
golpe de estado de 8 de janeiro de 2023. Bebiano diz que General Heleno soube,
mas nada disse, pois não gostava de confrontos. Bebiano falou ainda que Bolsonaro
não consegue se opor aos desejos de Carlos Bolsonaro. Ele disse ainda que o
gabinete do ódio era dentro do Palácio do Planalto.
Você assiste ao vídeo do Gustavo Bebiano aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=NiT8Oe2kQnk&t=3300s
A chamada "Abin Paralela" teria sido uma operação conduzida
pela Agência Brasileira de Inteligência, destinada a investigar um extenso
grupo de mais de 30 mil pessoas. O propósito específico da operação e os
critérios para a seleção desses indivíduos ainda não foram completamente
esclarecidos, alimentando especulações e preocupações sobre o alcance e a
legalidade das ações da agência.
Líderes políticos, organizações de direitos humanos e cidadãos
expressaram a necessidade de uma investigação completa e transparente para
esclarecer os objetivos da "Abin Paralela" e garantir que as
liberdades individuais sejam preservadas.
Nesta semana, a casa começou a ruir para o clã Bolsonaro que parece ter
muito o que explicar. A Polícia Federal aponta que existe uma organização
criminosa no núcleo político da Abin dirigida por Alexandre Ramagem. E dentro
desse núcleo duro político surge a figura de Carlos Bolsonaro.
A decisão de Alexandre de Moraes que autorizou a operação à pedido da PF
e com parecer favorável da PGR tem: “Polícia Federal aponta que a organização criminosa identificada na Abin
era, potencialmente, uma das células de organização criminosa de maior
amplitude, cuja tarefa primordial era realizar a contrainteligência de Estado”.
Contra Calos Bolsonaro
há um fato que chama a atenção: um pedido feita por uma assessora de Carlos
Bolsonaro para Alexandre Ramagem em inquéritos na Polícia Federal e o clã
Bolsonaro. Uma conversa de WhatsApp é a principal evidência desses pedidos de
investigação. A investigação da PF ainda apura a impressão de documento por
Ramagem contendo a lista de informações dos inquéritos eleitorais da Polícia
Federal no Rio de Janeiro e o uso do FirstMile que foi maior em outubro de
2020, período eleitoral, verificando que das 60.734 consultas, 30.344 foram
relacionadas durante as eleições.
Outro investigado e alvo da operação feita pela Polícia Federal
na última segunda-feira, 29, é o militar do Exército Giancarlo Gomes Rodrigues
cedido à Abin exatamente no período da gestão de Ramagem. Na casa de Giancarlo,
a PF apreendeu 3 computadores e 10 aparelhos celulares.
É bom lembrar que o parecer da PGR (Procuradoria Geral da
República) reforça a ideia de que a ferramenta FirstMile seria usada de forma
ilegal pela Abin para monitorar pessoas. Dentre essas pessoas já se identificou
monitoramento ilegal do advogado Roberto Bertholdo, próximo dos ex-deputados
Rodrigo Maia e Joice Hasselmann, que já eram adversários políticos de
Bolsonaro.
Aliás, Joice Hasselmann contou
detalhes do Gabinete do Ódio durante depoimento
à CPMI das Fake News e a existência de uma
“milícia digital” para espalhar ameaças e ataques à reputação de críticos do
governo Bolsonaro. À frente do que chama de “organização criminosa”, estariam o
deputado Eduardo Bolsonaro e o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, além
de outros parlamentares estaduais e seus assessores.
Leia mais sobre o depoimento de Joice Hasselmann aqui: https://www.camara.leg.br/noticias/622252-joice-hasselmann-denuncia-milicia-e-gabinete-de-odio-na-disseminacao-de-fake-news/b
Essas revelações tem
gerado intensos debates no Brasil e no exterior, colocando em foco o uso da
Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) em uma investigação que abrange mais
de 30 mil pessoas. O caso trouxe à tona questões delicadas relacionadas à
privacidade, liberdades civis e os limites das atividades de agências de
inteligência.
O caso "Abin Paralela" destaca a importância crítica de
equilibrar a segurança nacional com a proteção dos direitos individuais. À
medida que as investigações avançam, a sociedade brasileira e a comunidade
internacional aguardam ansiosamente por respostas detalhadas e a garantia de
que os princípios democráticos e os direitos fundamentais sejam preservados em
meio a atividades de inteligência. E os culpados, sejam punidos de acordo com a
lei.
Jornal Leia Sempre Brasil
Edição desta sexta-feira 02 de fevereiro de 2024
Quer receber nossa edição do jornal?
Fale conosco no zap do Leia Sempre: (88) 98803.0306
Nenhum comentário:
Postar um comentário