sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Escândalo da Abin envolve bolsonaristas que queriam investigar de forma ilegal mais de 30 mil pessoas

 


O escândalo da chamada Abin Paralela deve e pode ser considerado o maior de toda a nossa história republicana. Montado em um esquema ilegal a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) mantida com dinheiro público simplesmente montou na era Alexandre Ramagem um esquema para investigar desafetos do governo Bolsonaro.

Esse escândalo não é de conhecimento público de hoje. Em março de 2020 durante entrevista no programa Roda Viva o ex-ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gustavo Bebiano contou aos jornalistas da TV Cultura que Carlos Bolsonaro estaria montando uma Abin Paralela e que ele próprio teria dito ao presidente que era errado e poderia gerar um impeachment. O fim da história é conhecido, pois Bebiano foi fritado por Bolsonaro e abandonado no meio da estrada.

No momento em que falava da tal Abin paralela ele citou um outro personagem que anda sumido das redes sociais: o general Augusto Heleno que já vem sendo apontado como um dos envolvidos nos acontecimentos da tentativa de golpe de estado de 8 de janeiro de 2023. Bebiano diz que General Heleno soube, mas nada disse, pois não gostava de confrontos. Bebiano falou ainda que Bolsonaro não consegue se opor aos desejos de Carlos Bolsonaro. Ele disse ainda que o gabinete do ódio era dentro do Palácio do Planalto.

Você assiste ao vídeo do Gustavo Bebiano aqui:

https://www.youtube.com/watch?v=NiT8Oe2kQnk&t=3300s

A chamada "Abin Paralela" teria sido uma operação conduzida pela Agência Brasileira de Inteligência, destinada a investigar um extenso grupo de mais de 30 mil pessoas. O propósito específico da operação e os critérios para a seleção desses indivíduos ainda não foram completamente esclarecidos, alimentando especulações e preocupações sobre o alcance e a legalidade das ações da agência.

Líderes políticos, organizações de direitos humanos e cidadãos expressaram a necessidade de uma investigação completa e transparente para esclarecer os objetivos da "Abin Paralela" e garantir que as liberdades individuais sejam preservadas.

Nesta semana, a casa começou a ruir para o clã Bolsonaro que parece ter muito o que explicar. A Polícia Federal aponta que existe uma organização criminosa no núcleo político da Abin dirigida por Alexandre Ramagem. E dentro desse núcleo duro político surge a figura de Carlos Bolsonaro.

A decisão de Alexandre de Moraes que autorizou a operação à pedido da PF e com parecer favorável da PGR tem: “Polícia Federal aponta que a organização criminosa identificada na Abin era, potencialmente, uma das células de organização criminosa de maior amplitude, cuja tarefa primordial era realizar a contrainteligência de Estado”.

Contra Calos Bolsonaro há um fato que chama a atenção: um pedido feita por uma assessora de Carlos Bolsonaro para Alexandre Ramagem em inquéritos na Polícia Federal e o clã Bolsonaro. Uma conversa de WhatsApp é a principal evidência desses pedidos de investigação. A investigação da PF ainda apura a impressão de documento por Ramagem contendo a lista de informações dos inquéritos eleitorais da Polícia Federal no Rio de Janeiro e o uso do FirstMile que foi maior em outubro de 2020, período eleitoral, verificando que das 60.734 consultas, 30.344 foram relacionadas durante as eleições.

Outro investigado e alvo da operação feita pela Polícia Federal na última segunda-feira, 29, é o militar do Exército Giancarlo Gomes Rodrigues cedido à Abin exatamente no período da gestão de Ramagem. Na casa de Giancarlo, a PF apreendeu 3 computadores e 10 aparelhos celulares.

É bom lembrar que o parecer da PGR (Procuradoria Geral da República) reforça a ideia de que a ferramenta FirstMile seria usada de forma ilegal pela Abin para monitorar pessoas. Dentre essas pessoas já se identificou monitoramento ilegal do advogado Roberto Bertholdo, próximo dos ex-deputados Rodrigo Maia e Joice Hasselmann, que já eram adversários políticos de Bolsonaro.

Aliás, Joice Hasselmann contou detalhes do Gabinete do Ódio durante depoimento à CPMI das Fake News  e a existência de uma “milícia digital” para espalhar ameaças e ataques à reputação de críticos do governo Bolsonaro. À frente do que chama de “organização criminosa”, estariam o deputado Eduardo Bolsonaro e o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, além de outros parlamentares estaduais e seus assessores.

Leia mais sobre o depoimento de Joice  Hasselmann aqui: https://www.camara.leg.br/noticias/622252-joice-hasselmann-denuncia-milicia-e-gabinete-de-odio-na-disseminacao-de-fake-news/b

Essas revelações tem gerado intensos debates no Brasil e no exterior, colocando em foco o uso da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) em uma investigação que abrange mais de 30 mil pessoas. O caso trouxe à tona questões delicadas relacionadas à privacidade, liberdades civis e os limites das atividades de agências de inteligência.

O caso "Abin Paralela" destaca a importância crítica de equilibrar a segurança nacional com a proteção dos direitos individuais. À medida que as investigações avançam, a sociedade brasileira e a comunidade internacional aguardam ansiosamente por respostas detalhadas e a garantia de que os princípios democráticos e os direitos fundamentais sejam preservados em meio a atividades de inteligência. E os culpados, sejam punidos de acordo com a lei.


Jornal Leia Sempre Brasil

Edição desta sexta-feira 02 de fevereiro de 2024

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