Por Alexandre Lucas
Pedagogo e integrante do Coletivo Camaradas
O processo de urbanização das cidades tem gerado uma série
de preocupações para o meio ambiente. As mudanças climáticas, os desastres
ambientais e o crescimento de uma urbanização desconectada do planejamento
urbano, vinculado a redução dos impactos ambientais, e a promoção de áreas
verdes tem sido pauta do modo predatório do capitalismo.
A asfaltação das cidades e o desmatamento são questões
geradoras de novas problemáticas urbanas. Se faz necessário repensar em larga
escala, formas de pavimentação que não contribua para o aquecimento e a
impermeabilização do solo. A pavimentação asfáltica vendida como
desenvolvimento altera a dinâmica das cidades e tem consequências danosas para
vida da população, agregada a extinção de áreas urbanas verdes e a arborização
urbana.
A política ambiental e urbana para as cidades deve ter como
norte uma nova cultura política para a urbanização e o desenvolvimento que
possa conciliar a transversalidade e o cuidado com a vida, alinhada à ciência,
tecnologia, planejamento e uma cultura escapatória. O que não se faz como
micro política, mas como política estruturante, de estado e como projeto de
sociedade.
Urbanização e meio ambiente tem ligações direta,
principalmente com a degradação socioambiental. O país retoma as discussões com
participação social, através das Conferências das Cidades e do Meio Ambiente
que terá incidência nos municípios e estados. A 6ª Conferência Nacional das
Cidades terá como o tema: "Construindo a Política Nacional de
Desenvolvimento Urbano: Caminhos para cidades inclusivas, democráticas,
sustentáveis e com justiça social" está prevista para agosto 2025 e
a 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente com o tema “Emergência climática –
desafio da transformação ecológica”, em maio de 2025. É essencial a
participação dos movimentos sociais, partidos políticos e do campo da ciência
nestes processos de luta pelo direito à cidade. A vida da humanidade está em
disputa contra a barbárie.
Se a cidade se estrutura a partir da lógica da concentração
e distribuição desigual do capital, certamente a luta pelo direito à cidade,
perpassa pela construção de uma outra lógica de sociedade.
Neste contexto, o local e o global compõem a mesma unidade
planetária. A questão ambiental e o direito à cidade são pautas
emergentes que atravessam a dimensão do capital e trabalho, identidades e
as relações de exploração e opressão.
Ocupemos as conferências, as ruas e os campos numa grande
ciranda em defesa da socialização da ciência para o desenvolvimento e a fartura
de um planeta saudável e com justiça social.
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