Por Paula Sauer
A maior
manifestação da cultura popular brasileira, o Carnaval, traz oportunidades e
gera expectativas. É um dos períodos que mais movimentam a economia do país,
com projeções de alta no faturamento e impacto sobre diversos setores. Para
quem empreende, dentro da economia criativa, o momento é de faturar e expandir
os negócios.
Em 2023,
segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC),
a folia movimentou mais de R$ 8 bilhões no país. Já a Associação Brasileira de
Bares e Restaurantes (Abrasel) projeta faturamento até 15% superior ao do ano
passado.
A folia
traz benefícios para quem trabalha diretamente com os preparativos do evento
como os profissionais envolvidos na produção dos desfiles, blocos e cortejos,
nos diversos setores como música, design, publicidade, marketing, coreógrafos,
filme, TV, vídeo, rádio, fotografia, costureiras, sambistas, artesãos,
fornecedores de produtos para confecção de fantasias e carros alegóricos entre
outros. A geração de empregos também fica aquecida com as vagas temporárias.
Atendentes, cozinheiros, garçons, profissionais de limpeza, animadores, entre
outros, são funções com maior demanda. Estima-se a abertura de 25,4 mil
trabalhadores temporários em todo o país.
A economia
criativa no Carnaval impacta toda uma cadeia de negócios, que inclui desde
hospedagem, bares, restaurantes, supermercados, festas privadas, produção de
shows, indústria de vestuário, customização de abadás e serviços de mobilidade,
companhias aéreas, cervejarias, até aplicativos, ônibus intermunicipais e
locação de veículos.
Para os
pequenos negócios, o período é sinônimo de oportunidades e já estão a todo
vapor para lucrar mais. Já os microempreendedores individuais, o número chega
ao patamar de milhares e inclui vários segmentos, desde os “barraqueiros”
licenciados para comércio ambulante nos diversos polos espalhados pelas cidades
e nas orlas até as costureiras responsáveis por transformar as ilusões mais
estravagantes em fantasias.
Segundo
dados do Sebrae Nacional, o Brasil voltou a ser destino turístico e o Carnaval
nacional é conhecido mundialmente. Só no ano passado, o país recebeu quase 6
milhões de turistas estrangeiros, maior patamar desde 2019. Por isso, é hora
dos pequenos negócios se preparem para atender o público que vem atrás de um
dos maiores patrimônios que o Brasil tem: criatividade, música e nossas raízes.
Das grifes
as lojas fast fashion, passando por lojas de comércio populares,
todas investem na festa, onde é possível encontrar a temática carnaval. São
tecidos, roupas, fantasias, acessórios, adereços para os cabelos, maquiagem,
tintas de cabelo, purpurinas e muito mais.
Seja
pulando, descansando e viajando o feriado movimenta a economia, os diversos
empreendedores e empresários devem aproveitar o evento para testar ideias,
novos produtos e novos negócios.
Outro
aspecto importante está relacionado a entrada de divisas para o país, com a
chegada de estrangeiros, a economia gira com moeda estrangeira, impactando
positivamente a balança comercial.
Além do
impacto econômico, o Carnaval é uma festa que tem relevância social, pois integra
pessoas de diferentes culturas e promove o bem-estar de quem participa, projeta
o país e sua cultura para o mundo.
É expressão
cultural do povo, das comunidades. É a hora de fazer bonito e mostrar o que
temos de melhor.
Paula Sauer é economista, especialista em educação financeira e psicologia econômica, professora de Economia Comportamental na ESPM.
Jornal Leia Sempre Brasil
Edição desta sexta-feira 02 de fevereiro de 2024
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